Aqui jaz a modernidade, e o zum-zum-zum das máquinas.
Da porta para dentro, jaz a beleza, a tristeza, e a riqueza, numa tríade controversa.
Passando as grades enferrujadas pelo tempo, jaz o ser humano, a claridade e a vaidade de tempos mais amenos.
Jaz vida, anos mais fartos de cor, que foram sepultados pelo lodo que toma conta de tudo, pelo esquecimento e pelo abandono.
Ouve-se nitidamente o bater das portas, o barulho do portão enferrujado e de correntes que fecham algum segredo. Apenas nisto a casa toma vida, nestes barulhos noturnos e indecifráveis.
Depois da entrada tudo é preto e branco. Tudo é passado. Tudo é poeira e mofo. Nos jardins, hoje repleto de folhas secas e mal cuidadas, estão enterradas lembranças. Vultos espreitam pelas janelas, parecem tomar conta de um castelo precioso. Quem são eles?
A imagem é convidativa para a imaginação. Bom apetite.