20.1.07

let it be

hoje eu não quero escrever utopias, provocar imagens, ou fazer trocadilhos. Eu nem quero escrever alguma coisa diferente, que alguém possa ler e dizer: "é, eu nem pensava que você soubesse escrever bem". Nesse exato momento, eu só quero escrever. Escrever só porque... ah, por nada, por vontade, impulsos elétricos enviados à minha colônia de neurônios...aquela lá, que armazena a parte do gosto pela escrita.
Por isso, digo solenemente, porque essas coisas não acontecem todo dia, que hoje estou escrevendo sem lirismo, sem pretenções, sem propósitos. "Uma poesia nua e crua", como diria algum poeta de nome que não sei pronunciar, lido por 2,8 por cento da população. Agora, equanto os segundos passam, eu não me esforço para ter nenhuma idéia, estou como dizia meu professor de física naquela aula tão chatinha "em um movimento retilínio uniforme". O desverbalizado também é interessante. O figurado, o subjetivo, o abstrato, "a sacada genial", muitaz vezes pode ser um saco. É uma sensação boa, sabia? As linhas correm nessa descrição sucessiva de pensamentos não-aleatórios encadeados numa seqüência semi-lógica. An? O quê? Semiótica? Não, não..."eu escutei, ele disse "r-o-b-ó-t-i-c-a". Agora por exemplo, vem cerca de 0% de ins.piração à tona. Por isso que por hoje, ou é pau ou é pedra, ou é preto ou é branco, caju ou cajá. Afinal, quem liga pros "pingos nos ís", alguem já ouviu falar em um I que deixou de ser I por conta do pingo?
Pois é, porque não tem muito mistério mesmo não.O hoje, é uma manchete no caderno policial. O hoje é o óbito. O hoje é a bomba. O hoje, um escarro. Nada demais com um pouco de tudo. E não me venha reclamar que está sem conteúdo, que eu não citei os teóricos.... é verão e eu moro nos trópicos.

aloha, hermanito.

16.1.07

v de viagem

vagões vagos vão voando velozes
como aves vorazes
varrendo vaga-lumes violentamente.
velho veículo viajando valentemente
no vil vaivém da vida
vrum vrum vrum
numa valsa vulgar que vence
vilas, vales, viadutos...
vrum, vrum, vrum
vagão, vagão...
vagões vagos vão
levando devaneios velozes,
ouvindo o veludo nas vozes
do vrum vrum vrum
vendaval de versos à vácuo
vivendo as (des)venturas do vício de voar

a vaga é sua, vá nessa, vanessa.

FOOD FOR THOUGHT

Although you may not stumble across a Martian in the garden, you might stumble across yourself. The day that happens, you´ll probably also scream a
little.And that will be perfectly allright because it´s not every day you realise you are a living planet dweller on a little island in the universe. (Jostein
Gaarder- The Solitaire Mystery)