24.12.06

Feedbecks from myself

Quando abri a porta, estava tudo realmente desorganizado. Até ali, eu não havia perssentido o quanto aquela bagunça me deixaria confusa. Mas entrei e fechei a porta, disposta a realmente pôr tudo em ordem.
Não havia ninguém para dizer algo como: "olá, entre e sinta-se à vontade. Bem vinda ao clube." e fazer com que eu me sentisse parte daquilo tudo.

Não sabia ao certo por onde começar, quando percebi os sons que saíam de uma radiola velha ecoando por todos os lados. Uns altos, uns baixos, uns agudos e outros quase graves. Passavam por mim e cortavam meus pensamentos sem cerimônia. Tinham o poder de me deixar oca. Mas não podia me sentir oca, precisava organizar, e este não era o momento certo para uma terapia de sons. Foi aí que puxei a radiola da tomada e o silêncio fez-se presente. "Melhor assim" pensei eu. "Ao menos eu posso concluir minhas idéias".

E então começou aquela estranha sensação de deja vu. E tudo repentinamente pareceu familiar. Como se aquele caos fosse eu, ou parte de um eu desconhecido, talvez. E fui andando por ali, pisando nas coisas jogadas no chão, e reconhecendo que eram minhas. Onde eu estava então? Que lugar é esse, que guarda esses retalhos de mim?

Perplexa com tal achado, fechei os olhos para ver se ao abri-los, acordava de um desses sonhos sem sentido, mas quando abri os olhos, tudo ainda estava ali, amontoado. As janelas estavam fechadas, portanto, não dava para saber se era noite ou dia, só senti que estava um pouco abafado ali. Caminhei entre sacolas, brinquedos e almofadas, livros e cds quando vi caixas de madeiras coloridas, que me chamaram a atenção.

Achei um bilhete em cima da primeira. Não entendi de início o simbolismo do que aquelas letras queria me dizer: "Ao abrir este mundo, você pode ir muito mais longe do que acha. Mas cuidado, sua mente jamais voltará ao tamanho original." Confusa, resolvi olhar a outra caixa e seu recado. Escrito com uma letra que parecia de alguém saído do jardim de infância, li: "Aqui você realmente foi feliz, mas pra cá não se pode voltar, pois você já descobriu muitos segredos para poder viver aqui". Eu não conseguia entender qual sentido dessas palavras misteriosas...teria eu, me tranformado em algum tipo de Alice, perdida em minha imaginação, ou em meu arquivo de memórias? Mas quem está escrevendo este roteiro? Pelo menos aqui, não havia um coelho louco, nem cogumelos que me tornassem grande ou pequena demais.

Mas havia um curioso espelho que me chamou a atenção. Na verdade, andei em sua direção quase que hipnotizada. Ao olhar dentro dele, tudo fez sentido.Eu estava perdida em mim, em algum lugar de mim que eu não conhecia, mas queria sair dali desesperadamente.

(de uma duplexidade para outra. um universo conversando com outro. e big bangs explodindo em mute.)

20.12.06

crítica cáustica sonora à duas mãos

Aterrado o senso de propriedade,
Pois que já não era o mesmo indivíduo,
Duplo nome de uma só natureza,
Que não se chamava dois nem um.
E depois ficou confusa a razão
Vendo aumentar em si a divisão (Shaekespeare)
E depois ficou confusa a razão
razão?

Eles medem tudo
casas, roupas, palavras
medem até sentimentos.
Metrificados, medidos e comedidos.
Superficiais como uma mão mal passada de tinta.
Admirável mundo novo, o que está acontecendo com o ser humano?
Admirável mundo novo, que antes era humano?

Finja.
Faça o que quiser.
Minta.
só não venha me dizer que tudo isso tem apenas um porque

vamos brincar de deus
brotos em divisão
alfas gamas e betas
deltas ipsilons

amar o que não é meu
vendo um arrebol
oh tentação singela
desfarce de um paiol

quem sabe um dia
se a gritaria ceder
quem sabe um dia
se a lama secar
quem sabe eu, gritando de sede secasse o mundo e cedesse tudo pra sem nada ficar

porfavor...

você acha mesmo que um zigoto falido, com destino vencido tem algo a acrescentar?

Porfavor...

Sentimentos selvagens. Postura ultrapassada. Conduta depreciada. Uma relez aberração.

Porfavor...

O que me resta vem dessa dor, que não vai passar, agora não.

Te demos comunidade, identidade e estabilidade. O que querer mais?

Porfavor...

Te compramos conduta, moral e felicidade. O querer mais?

Porfavor...

O que me resta vem dessa dor, que não vai passar, agora não.

Porfavor... Porfavor... Porfavor...

Faça o que quiser
Seja o que quiser
Só não ouse fugir ao o padrão
Só não ouse fugir a porra do padrão


*composição: Vanessa Maciel e Bruno Di Lorenzo.
Depois coloco um link para a música, quando estiver pronta.

11.12.06

Aprender a apreender

Caminho pelo caminho das idéias ideais para divagar devagar sobre o etéreo eterno com a criatividade da criativa idade, que manda o prolixo pro lixo. Viu que é vil? Eu gosto do teu gosto, te canto do meu canto e só lamento o isolamento. Vem cá e deixa o estático ser extático, antes que a história vire estória.


- tanto mau quanto mal praticamente não são bons.

*deixe que sua mente seja co-autora do texto e interprete como quiser.

8.12.06

com corda ou sem corda?

as palavras voam como o vento, tentando caber no tempo, indeterminado momento, breve alento.não sou bobo me mantenho atento e minha idéia sustento, não deixo ao relento, fico firme. eu aguento. tento. penso e repenso. depois dispenso. penso. pendo prum lado. caio no outro.deixo marcado o que queria dizer.assim fica fácil de não esquecer.mas isso fica só entre eu e vc. sintonizou na sintonia? ninguem precisa entender. mas isso fica só entre eu e vc. ninguem precisa entender. faz parecer. espairecer. dizer coisas que eu não sei dizer . e tudo sem saber o porquê. de onde? como? cadê? apenas uma sensação, observação, ligação, rimação mental. e etc e tal
uma simples sintobiguidade normal, diferente do que se acha igual. tudo é tão parecido, tão habitual, ao contrário dessa afinidade natural.e a sintonia vira real, e o ambíguo já não faz mal. caixolas afinadas em uma nota celestial fora do normal.
e o som que se ouve dessa mistura como costura se entrelaça, entrepassa.
e um pré-texto vira pretexto. com corda ou sem corda?

* praticamente uma caixa de surpresas ambulante. caixa de música do riso. caixa de idéias invioláveis.

7.12.06

NASASAS


P O E M A S
PÕEM ASAS.

EM
ASAS,
EM
P AUSAS
SEM
CAUSAS.
C A S A S
EM
A S A S.



| efeito borboleta, é feito borboleta, defeito borboleta |




FOOD FOR THOUGHT

Although you may not stumble across a Martian in the garden, you might stumble across yourself. The day that happens, you´ll probably also scream a
little.And that will be perfectly allright because it´s not every day you realise you are a living planet dweller on a little island in the universe. (Jostein
Gaarder- The Solitaire Mystery)