UM DO OUTRO

Nós nos alimentamos de impossíveis
E há tanta emoção nas pequenas coisas
Que juntos fazemos
Nossa relação parece coberta de veludo
Que tem beleza e esquenta o âmago
Somos tanto um só ser
Que há riscos de confundirmos
As estrofes de cada vida
Cantarmos as canções prediletas do outro
Tal como se fossem as nossas
Mas não há nada a temer
E, se por acaso nessa ligação
Eu me machucar
Você sofre por mim

Vanessa Alencar - A essência do olhar

um mundo de transformações

Sabe o casulo que ela é antes de se tornar borboleta? Sabe todo o processo que ela passa, de casulo a bicho-da-seda, de bicho-da-seda a borboleta? De ser feio e se tornar bonito, de não ter asas e de repente ganhar? E a borboleta depois de todas as mutações, sai do casulo.


Pois é!

Ipsis litteris na teia de sensações

O que está escrito, é. De forma indireta, direta.


"As palavras me antecedem e ultrapassam, elas me tentam e me modificam, e se não tomo cuidado será tarde demais:as coisas serão ditas sem eu as ter dito. Ou, pelo menos, não era apenas isso. Meu enleio vem de que um tapete é feito de tantos fios que não posso me resignar a seguir um fio só; meu enredamento vem de que uma história é feita de muitas histórias. E nem todas posso contar - uma palavra mais verdadeira poderia de eco em eco desabar pelo despenhadeiro as minhas mais altas geleiras. Assim,pois, não falarei mais no sorvedouro que havia em mim enquanto eu devaneava antes de adormecer."(Clarice Lispector)

Aventuras no país de Alice

Ah, Alice, então tudo isso é sobre emoção?
O chapeleiro apareceu de repente, e surpreendeu a menina com a pergunta. Alice apenas assentiu com a cabeça. O chapeleiro ficou preocupado, pois, quando a tagarela da Alice deixava de falar, algo estranho deveria estar acontecendo. Então ele começou seu discurso: “Eu te disse Alice, eu te avisei que o terreno das emoções é cheio de perigos, e o tempo de lá é muito mais louco que aqui no jardim. Também te disse menina danada, pra não olhar profundamente nos olhos de alguém, porque você poderia se perder dentro do olhar dela. Ah, Alice, como você é teimosa! “Quem duvida da vida tem culpa, quem evita a dúvida também tem.”
Alice não deu atenção aos conselhos do chapeleiro, que resolveu deixá-la pensando.

Momento onde tudo faz sentido número 1

O povo equatoriano parece índio. Constatei isso numa foto que vi na internet. Parecem pe rsonagens de Apocalypto. Isso se dá por conta dos tardios descobrimentos na época da expansão marítima. A parte esquerda da América Central, onde as civilizações inca, astecas, maia (os mais antigos) foi onde ocorreu os maiores focos de resistência contra o europeu, por isso, a miscigenação foi tardia. Outro fator foi a distância do Oceano Atlântico, rota por onde as caravelas navegavam. Para conseguir chegar à essas terras, os europeus precisaram de primeiro: fazer alianças com algumas tribos da costa, para conseguir adentrar na mata fechada e repleta de perigos. Por isso o povo parece demais com índios. Cor da pele, tipo de cabelo, desenho dos olhos, tipo do corpo, tudo assemelha muito mais os povos equatorianos ao povo indígena.

Bem, neste momento toda esta teoria está fazendo o maior sentido do mundo.Amanhã talvez ela não faça. Veremos.

um estranho e adorável universo paralelo

"Os dragões não Conhecem o Paraíso... Mas só muito mais tarde, como um estranho flash-back premonitório, no meio duma noite de possessões incompreensíveis, procurando sem achar uma peça de Charlie Parker pela casa repleta de feitiços ineficientes, recomporia passo a passo aquela véspera de São João em que tinha sido permitido tê-lo inteiramente entre um blues amargo e um poema de vanguarda. Ou um doce blues iluminado e um soneto antigo. De qualquer forma, poderia tê-lo amado muito. E amar muito, quando é permitido, deveria modificar uma vida – reconheceu, compenetrado. Como uma ideologia, como uma geografia: palmilhar cada vez mais fundo todos os milímetros de outro corpo, e no território conquistado hastear uma bandeira. Como quando, olhando para baixo, a deusa se compadece e verte uma fugidia gota do néctar de sua ânfora sobre nossas cabeças. Mesmo que depois venha o tempo do sal, não do mel. "

Saudades de Audrey Hepburn (Caio F. Abreu)

pausa para o café

- isso são fogos de São Jão ou tiros?
-não sei... não tô conseguindo entender...

(...)

-tá pensando em quê?
- no letreiro que eu vi nosseus olhos.
- gostou do que leu?
-ah... achei que fosse cair dentro de você.


"Ela está falando dela mesma na terceira pessoa porque a idéia de ser quem ela é, de reconhecer que ela é ela mesma, é mais do que seu orgulho pode suportar"
sara kane