23.11.09

a seu tempo.

é tem po de andar pra frente e deixar certas coisas lá trás.


é tempo.


é tempo de cair do pé de madura,


de sair das nossas gaiolas de ouro (interiores e exteriores)


tempo de abrir o coração para a paz,


e os braços para abraços.


(ah!os abraços...)


tempo de seguir com a verdade.


é tempo de novas estações em mim.

tempo de sair do tom e perder o tempo da melodia.

Tempo de brindar às pessoas que querem o bem, que fazem o bem.

tempo de reciclar nossos velhos hábitos com a força das novas idéias.

é tempo...mas um novo tempo. Mais um novo tempo.


tempo de finalmente te chamar para a dança.
e dizer baixinho que eu planejava isso há tanto tempo.

22.11.09

Você me lê de uma forma bem literal.

E então eu escrevo.
Faço isso desde que aprendi, mais ou menos aos 4.
Desde então, escrever virou meu escudo protetor. Eu discutia com minha irmã mais nova, e escrevia uma cartinha para ela. Sentia saudade da mais velha que morava fora, escrevia.
Eu escrevia na escola, escrevia para pedir desculpas a minha mãe por alguma bobagem pueril, eu escrevia na parede de casa.
Depois de um tempo, eu escrevia minhas descobertas, minhas cobertas e encobertas.
Eu escrevia nas entrelinhas para voce (s) nao entender (em).
Escrever encobria minha timidez excessiva. Eu nunca fui boa em falar, em botar pra fora.

Mas na verdade 'e uma grande bobagem pensar que escrever nas entrelinhas disfarça a verdade gritante.
Escrever nos deixa nus.
E sempre vai ter alguem que vai entender a mensagem.
Embora nua,
eu ainda conto verdades dessa minha forma.
Eu escrevo.

17.11.09

os descaminhos de Maria

Maria era filha de Maria, que era filha de uma Maria, também filha de uma Maria de outra história.
Maria era daquelas que vai com as outras, e ia com a mesma sapatilha surrada de tempos atrás, pisando pelos mesmos ladrilhos.
Maria sempre jogou no mesmo time.
Sempre ousou no mesmo corte de cabelo.
Acordava 10 para as 7.
A cafeteria da esquina sempre a recebia religiosamente às 15 para as 4.
Não mudava de endereço, de perfume nem de opinião.

Paulatinamente Maria era sua rotina.
Era acorda-trabalha-trabalha-trabalha-trabalha de novo-dorme.
Maria era isso 365 dias. 366 quando o ano era bissexto.
Ela abria e fechava janelas mas não olhava para o que estava por trás das portinhas de madeira da casa que sempre morou.

Encontrei a tal Maria um dia desses. Reparei no seu novo corte de cabelo. Me disse que trombou com o avesso na rua da certeza. No trombo, ela mudou.
Me passou seu endereço novo.
Maria agora inventa seu descaminho.

10.11.09

despensei altamente

E um dia eu pensei que você fosse a resposta. Que fosse a rima certa. Que tua escrita com a minha dava em poesia. Pensei que o tempo passava rápido quando você falava, que tudo brilhava e que ninguém percebia. Que as cenas daquele filme teimavam em acontecer nas nossas esquinas, que tuas linhas eram as mais bonitas e que a saudade não matava. Que escrever entre-linhas adiantava, que a distância não afastava e que café curava.
Um dia eu pensei em correr contra a maré, contra mim e de você, contra o vento e contra o tic tac do relógio na parede de tua sala.
Um dia eu pensei e repensei.
Um dia eu pensei tanto que desisti de você.

:)

FOOD FOR THOUGHT

Although you may not stumble across a Martian in the garden, you might stumble across yourself. The day that happens, you´ll probably also scream a
little.And that will be perfectly allright because it´s not every day you realise you are a living planet dweller on a little island in the universe. (Jostein
Gaarder- The Solitaire Mystery)