Ele acaba quando há poucos risos, quando há mais discussões e quando não restam soluções.
Vai acabando aos poucos, nos cacos jogados embaixo do tapete, como poeira escondida e nunca jogada fora.
Vai se perdendo quando não há mais surpresas, e tudo parece um roteiro, premeditado.
Quando o singular fala mais alto que o plural, e brigas são colecionadas como roupas num varal.
Quando "isto é meu, e isto é seu" e o que era nosso, não existe mais.
Quando tudo já foi descoberto e então, começa-se a esconder muito.
Quando as vozes ficam mais altas, quando o doce fica amargo, e quando os olhos, em vez de brilharem, choram. Quando o telefone toca e ninguém atende, quando se fala e ninguém responde.
Acaba em qualquer lugar, em rostos tristes pelos cantos, em olhares que não se procuram mais. Acaba em cada detalhe que quer se apagar e no coração que teima em doer.
Acaba em ecos.
Acaba em gestos.
Acaba em lágrima.
Em adeus.
-pulsa a repulsa, e paga a conta, que estava inclusa.
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